sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SEMANA O3 STANISLAVSKI: O ENCONTRO COM TCHECOV

Comentários no Fórum Re: TCHECOV POR STANISLAVSKY
por Jucélia Ferreira Rocha - quinta, 12 novembro 2009, 13:02
Para aqueles que não são capazes de crer, existem os ritos; para aqueles que não são capazes de inspirar respeito por si mesmos, existe a etiqueta; para aqueles que não se sabem vestir, existe a moda; para aqueles que não sabem criar, existem as convenções e os clichés. É por isso que os burocratas amam os cerimoniais; os padres, os ritos; os pequeno-burgueses, as conveniências sociais; os galanteadores, a moda; e os atores, as convenções teatrais, os estereótipos e um inteiro ritual de ações cénicas".(Konstantin Stanislavski)

Comentários no Fórum Re: TCHECOV POR STANISLAVSKY
por Jucélia Ferreira Rocha - quinta, 12 novembro 2009, 13:33
Konstantin Sergueievitch Alekseiev, dito Stanislavski nasceu em Moscou em 5 de janeiro de 1863 e morreu na mesma cidade em 7 de agosto de 1938. Fez sua primeira apresentação aos 7 anos de idade e logo no inico de sua carreira adotou o sobrenome Stanislavski pois nessa época essa carreira não era vista com bons olhos pela sociedade. Em 1888 fundou a Sociedade Literária e Artística do Teatro de Maly, onde ganhou experiência de palco e atuação e 10 anos depois, junto com Vladimir Nemirovich-Danchenko foi o co – fundador do Teatro de Arte de Moscou (MKhAT) onde foi diretor e apresentou a peça A Gaivota com Anton Chekhov que tornou-se seu pupilo.




Segundo Lúcio José de Azevêdo Fórum Re: TCHECOV POR STANISLAVSKY Lucena no - sábado, 7 novembro 2009, 20:19

“A Gaivota" é um texto complexo que estimula múltiplas leituras, inclusive, de gênero(drama/comédia/farsa etc.), de concepção (no circo/de patins/dança-teatro etc) da encenação por parte do encenador (para Tchecov um drama) e de interpretação, via atores/atrizes(de acordo com a direção). Você sabe disso!
Não vamos esquecer da: "polêmica" do teatro pós-moderno; embora, para Tchecov, (a peça A Gaivota) e para nós, fora concebida num passado bem remoto do quê sinalizo.
Tanto que para hoje, há várias possibilidades de leituras e/ou encenaçôes.
O que vale é a conjuntura teatral ou a ideia que se quer levantar, enquanto obra dramática e sentido pessoal, profissional e poético”.

Segundo Stanislavski sobre atuação de intérprete criativo, cito

“A atuação, mais que um dom ou algo inato, poderia ser aprendida e ensinada.”

Segundo Ele, é preciso ir ao encontro duma abordagem mais sistematizada e racional no campo da atuação, ao invés de exteriorização. O conhecer. Tornar o ator “consciente ao fazer e ao se preparar para um personagem” – não seguir um caráter de “afetação”- na interpretação.

Então, sem tais “afetações” ou artifícios no dizer do Mestre, o artista, “estaria apto a concentrar suas energias na atividade imaginante criativa e liberadora. E, o “recurso ao interior” é a compreensão da dupla pertença do ator, sua dupla natureza - o personagem. Logo, a “diferenciação do ator e o papel”, é quando o ator se exercitará na compreensão e experienciação de sua atividade, ou seja, da atuação viva e dilatante, aos olhos do público, do intérprete na persona.

Em seguida, “se desenvolve uma espécie de controle, como se fosse um observador. Esse processo de auto-observação e remoção da tensão (supérflua\relaxamento automático\justificação da pose) deve ser desenvolvido (no ator) ao ponto de se transformar num ‘hábito subconsciente, automático’ inserindo dentro de si um ‘controlador dos músculos’ que deve tornar-se parte da nossa conformação física, uma segunda natureza.”

Assim, o corpo é vivo e atuante; a consubstanciar ações e objetivos proponentes ao personagem em composição e da representação acústica e visual da cena (espetáculo).

O velho Stanislavski descobriu verdades fundamentais e uma delas, essencial para o seu trabalho, é a de que a emoção é independente da vontade. Além de ações físicas serem confundida com gestos e com atividades, antes de tudo, deve-se ter um objetivo, uma intenção interior que, por trás do movimento exterior, torna-se ação física e energia rítmica. Uma eterna relação entre o movimento e a ação que, gera uma corrente de energias – resultam em ações cheias de intenções, de concentração e de imaginação, de verdades e/ou reações de vidas, em tempo e ritmo “certo”. Entorno de uma naturalidade (espontaneidade), pelo espírito interior de intérprete.

As ações, ao contrário, estão radicadas na coluna vertebral e habitam o corpo; no seu interior; já os gestos, na região periférica.

O ator deve “pesquisar seus movimentos” (ações); além de conhecer o contexto de seus atos, poder guiar se “não por uma infinidade de detalhes, mas por aquelas unidades importantes que assinalam a trilha criadora certa.” São as pequenas ações, pequenas nos elementos de comportamento, mas realmente as pequenas coisas, que se firmam na abordagem Stanilavskiana para um ator criativo.

Textos da Semana II. Disponível aos cursistas via Plataforma Ava. Curso Licenciatura em Teatro. Universidade de Brasília (UnB) e Instituto de Arte (IdA), 2009.



Curso Teatro UnB/UNIR/MEC
Aluna Jucélia Ferreira Rocha

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